Netflix quer mais (um) mundo

O que significa, para os videojogos, a entrada da Netflix na indústria?

Desengane-se quem pensa que são recentes as intenções da Netflix em entrar no mercado dos videojogos. Aliás, se percorrermos as principais empresas tecnológicas (e não só) à escala mundial, percebemos que todas querem penetrar nesta indústria. A razão: é das que mais dinheiro tem dado, nos últimos anos.

Mais uma…

Mas se a Amazon criou a Luna para o segmento, a Google apostou no Stadia, a Microsoft tem a Xbox e a Apple tem a Arcade, a Netflix decidiu arriscar em algo diferente. A ideia da gigante do streaming é passar a disponibilizar jogos na sua aplicação. Numa primeira fase, os jogos estão mais direcionados ao mobile, mas estou entusiasmado (não perdendo o ceticismo) com os próximos passos da marca.

Parte da estratégia

Repare-se: ainda este novembro (dia 6) estreou a série Arcane, inspirada em League of Legends (diga-se, um sucesso, até agora), cuja segunda temporada já está em produção. The Witcher é um dos maiores sucessos do serviço. Noutra vertente, a HBO apropriou-se da franquia The Last of Us para construir uma das séries mais aguardadas, a nível mundial.

Tendo as gigantes reparado que o mercado dos videojogos não é propriamente limitado, não é de estranhar que a Netflix tente manobras de mover ainda mais pessoas para o seu seio de espetadores fixos. Ainda para mais numa era em que o cloud gaming cresce e a ideia de que é preciso ter uma consola para se jogar vai morrendo.

O que implica esta entrada?

Claro que o conceito de termos mais jogadores capazes de vivenciar o lado magnífico e inspirador dos videojogos é muito bom, mas temo que se passe a descorar os jogos que apostam tudo na beleza gráfica, por exemplo, ou outros parâmetros mais exigentes, para que as marcas possam rivalizar com uma estratégia ambiciosa como o Game Pass. Esperemos, de facto, que a expansão deste deslumbrante mundo a mais pessoas não penalize a raiz da inovação e vanguarda que os videojogos têm sobre as indústrias do ramo do entretenimento.

Tal como tantas outras gigantes, temos também de dar as boas-vindas e uma oportunidade à Netflix na nossa comunidade. A seu tempo, veremos se misturar vários negócios e querer “abocanhar tudo o que mexe” não será desvirtuoso para marca e, em última instância, para a comunidade.