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Xenoblade Chronicles 3 – “Um grandioso RPG” | Análise

A fantástica Nintendo Switch volta a receber mais um título de enorme qualidade de uma das suas séries mais aclamadas. Vamos partir para a aventura em Xenoblade Chronicles 3! 

Desenvolvido pelo talentoso estúdio Monolith Soft (pertencente à Nintendo), o JRPG de ação Xenoblade Chonicles 3 é uma das sequelas mais aguardadas para a híbrida da Nintendo, e que viu serem implementadas melhorias no sistema de combates, bem como no formato das missões, mas que manteve um mundo aberto impressionante e gigantesco, repleto de cores vibrantes e que certamente não deixará nenhum jogador indiferente. 

A saga Xenoblade sempre trouxe consigo um mundo bizarro e histórias épicas com um toque de insanidade, e claro que Xenoblade Chronicles 3 não foi exceção. Falando então no enredo (sem revelar muitos spoilers), vamos encontrar Aionios devasta pela guerra entre Agnus e Keves, duas nações rivais que “produzem” adolescentes que supostamente só têm dez anos de vida útil. Eles são assim “criados” para servirem numa guerra interminável para alimentar os “relógios de chamas” dos quais cada fação extrai a essência de vida dos inimigos para os seus Off-Seers. Confesso que no início não estava a perceber bem o enredo, mas quando começamos a perceber tudo o que se vai passando em nosso redor, percebemos que temos pela frente uma história repleta de intriga e bastante satisfatória, bem ao jeito da Monolith Soft. 

Se por ventura nunca jogaram nenhum dos anteriores jogos da série, podem desfrutar de todo o enredo do terceiro jogo. Existem algumas referências ao primeiro e segundo Xenoblade Chronicles, porém elas não são cruciais, e provavelmente nem vão reparar nelas, a não ser que saibam o que procurar obviamente. 

Durante esta longa aventura, e pela primeira vez na série, controlamos um grupo de 6 protagonistas que vão percorrer lugares extremamente vastos, desvendar alguns segredos bem guardados, formarem novas alianças com heróis poderosos e claro, vão ter também de enfrentar inimigos extremamente difíceis de derrotar (e preparem-se, porque são bastantes). 

Mesmo tendo um bom enredo, existem momentos que o mesmo começa a cansar, se assim posso dizer. Digo isto porque em diversas e variadas ocasiões, três ou quatro longas cenas são usadas para realizar o que poderia ter sido escrito numa única e simples linha de diálogo. Ao fim de já quase 30 horas de jogo que já levo, começa a ser exaustivo ver tantas cenas assim. Mas tenho de referir, que a qualidade das cutscenes apresentadas, são de topo! Juntem por trás uma banda sonora memorável que um bom JRPG deve ter, e já estão certamente a imaginar o resultado! Arrisco-me a dizer que “roça” o épico, seja para as cenas de jogo mais intensas (como os combates), ou seja para quando estamos simplesmente a viajar pelo mundo de Aionios. 

Falando agora em dois dos grandes alicerces da saga Xenoblade Chronicles, a exploração e combate, ambos continuam a oferecer momentos de grande satisfação. Aionos tem muito por onde explorar, e não se admirem se tiverem que voltar por onde já passaram uma e outra vez para completarem missões ou derrotarem inimigos lendários (entre outras coisas), pois é bem normal. Vão ter assim imenso que fazer, desde recolher recursos, descobrir esconderijos e colónias militares, desbloquear missões secundárias, etc….  

Vão encontrar diversos ambientes no mínimo peculiares (como uma espada gigante cravada no solo), mas é disto mesmo que vive  Xenoblade Chronicles 3. Enquanto vamos explorando e desvendando os mistérios de Aionios, vamos aumentando a imprevisibilidade e a estranheza de tudo o que nos rodeia de uma forma incrível. 

As missões secundárias que vamos encontrar (que são o meio mais eficaz de ganhar XP) foram pensadas com algum cuidado. Em vez de um grande número deste tipo de missões que estamos habituados a ver em jogos RPG, temos missões em menor escala é certo, mas penso que estão mais convidativas, que adicionam um “brilho” extra à narrativa como um todo. Podemos por exemplo ouvir variadas conversas de NPC´s, para depois debatermos acerca dessas mesmas conversas nas nossas tendas de descanso (com fogueira e tudo) e até mesmo em cantinas (onde podem inclusive desbloquear refeições que dão diversos Buff´s). Façam uso disto, pois por diversas vezes desbloqueiam novas missões e até mesmo informações bem úteis acerca de Aionos. 

Para além das missões secundárias, também vão encontrar as missões de Heróis como mencionei antes. Este tipo de missões permite acrescentar um sétimo elemento à nossa equipa, e depois de concluída também é possível obter a sua classe e respetivas habilidades. É recomendado que também façam estas missões, pois possuem um enredo que bem davam para história principal. 

No que toca a gameplay de combate, denota-se que foram implementadas melhorias e que o tornam muito menos repetitivo e mais envolvente. A base da combinação de ataques automáticos, as  Arts e as super-poderosas Talent Arts permanecem praticamente intactas, mas foi adicionada uma catrefada de opções que evitam que fiquemos “estagnados”, mesmo ao fim de muitas horas de jogo.  

Tudo isso é realizado com as novas transformações que juntam dois personagens na forma Ouroburos (até me fizeram lembrar as fusões de Dragonball), e que os torna quase impossíveis de derrubar por um certo período de tempo, não esquecendo os Chain Attacks, que permitem causar danos massivos através de um mini-jogo bastante básico.  

O sistema de classes também foi bem pensado, pois cada um dos nossos 6 protagonistas podem aprender as classes uns dos outros (as dos Heróis incluídas), bem como adquirirem as respetivas habilidades especiais e elas estão divididas em três tipos, Defesa/Saúde/Ataque. A título de exemplo, Lanz inicialmente começa como Heavy Guard (ideal para aguentar com muitos ataques dos inimigos), mas pode também aprender a classe Ogre (mais focada em ataques pesados), que é a classe de origem de Sena, outra personagem do nosso grupo. Tudo isto dá origem a um sistema que é viciante, refrescante e um dos aspetos mais divertidos do jogo. 

O estúdio de produção puxou dos galões e conseguiu fazer mais e melhor do que nos anteriores Xenoblade Chronicles (e já eram bons jogos). Não só o desempenho é sólido, com uma taxa de 30 fotogramas constante, tanto no modo portátil, tanto no modo TV, mas o cenário aparenta ter ainda mais conteúdo, apenas existindo uma pequeníssima quebra de frame rate quando estamos a combater, mas é compreensível, pois é muita ação em simultâneo. A Nintendo Switch mesmo não sendo a consola mais potente do mercado, consegue trazer uma vez mais um jogo com uma qualidade visual impressionante. 

Conclusão:

Xenoblade Chronicles 3 é um excelente JRPG com personagens interessantes, um mundo único e um sistema de combate tático viciante, que continua divertido mesmo depois de muitas horas de jogo.  As sidequests são bastantes divertidas de se fazer e as mecânicas de troca de classes bem como as transformações Ouroburos mantêm o sistema de combate viciante por muito tempo. Não esquecendo claro a banda sonora que como referi “roça” o épico, bem como o detalhe visual da aventura, a híbrida da Nintendo tem aqui um sério candidato a RPG do ano.