Desfibrilhador – “Sleeping Dogs, da Square Enix”

O jogo que hoje quis trazer até ao desfibrilhador, foi para mim um dos jogos que mais me viciou em 2012 aquando do lançamento da sua versão original. O jogo que vamos abordar hoje que merecia um revival é nada mais, nada menos que Sleeping Dogs! 

Volvidos 10 anos, ainda me recordo que este foi um jogo que me colou durante muito tempo à TV, e que fez “suar” muito a minha XBOX 360. Este jogo teve muito sucesso, e muito boa gente deve ter jogado o título da Square Enix/United Front Games, mas para os mais esquecidos aqui fica um recap do jogo. 

Neste jogo de aventura, conhecemos o polícia infiltrado na máfia de Hong Kong, Wei Shen (onde o ator Will Yun Lee emprestou a voz). Ele tem um passado vinculado ás Triads, que são nada mais, nada menos os mafiosos mais temiveis do território chinês. 

Após regressar de um longo período nos EUA, onde teve a sua formação, Wei Shen entra para a polícia de Hong Kong e infiltra-se na traiçoeira e complexa teia de relações que é o mundo do crime de Hong Kong. Depois de se infiltrar com sucesso, Wei Shen começa como um simples capanga, e com o passar do tempo começa a ganhar cada vez mais a confiança dos chefes dos Sun On Yee, um dos grupos mais temidos das Triads.  

O enredo do jogo era um dos pontos fortes, tinha uma trama bem convincente e adulta, digna de um filme. Sleeping Dogs consegui mostrar muito bem a complicada relação de Wei Shen com o mundo do crime organizado de Hong Kong. 

Como o jogo apresentava uma trama bastante complexa e com muitas informações, para que não nos sentíssemos meios perdidos, o jogo tinha um sistema de bases de dados, que podiam ser acedidas a qualquer momento, o possibilitava assim sabermos cada vez mais dos personagens e das ações que haviam ocorrido. 

O jogo da Square Enix como devem saber era um open world. Contudo em alguns aspetos, não conseguia atingir a qualidade que se via na altura em GTA IV, que mesmo sendo um jogo de 2007, em jogabilidade conseguia estar bastante mais à frente que Sleeping Dogs, pelo menos no que toca à condução dos diversos veículos. Já no que diz respeito a um dos grandes pontos fortes do jogo, combate corpo-a-corpo, Sleeping Dogs conseguiu fazer um brilharete. O jogo apresentava combos e uma Skill Tree bem grande. Wei Shen era muito habilidoso na prática de Kung Fu, mas ainda podia aprender bastante mais, e as novas habilidades eram treinadas pelo jogador conforme a história se ia desenvolvendo. 

Havia também inimigos bastante diversificados (e alguns bem complicados de derrotar), o que para mim era algo ótimo de ver, pois dava a sensação que cada adversário era único. Nos inimigos com armas brancas por exemplo, era possível desarma-los para ficarmos com as respetivas armas, onde até um simples guarda-chuva era uma “arma” bem perigosa nas mãos de Wei Shen. 

Tal como em GTA, o jogo também tinha um Heat Level, que é como quem diz, a polícia vinha atrás de nós se nos visse a cometer atos menos legais. Contudo, não era muito difícil de escaparmos, pois a I.A da polícia não era nada de especial, e o que conseguiam fazer melhor era destruir os seus próprios carros… fosse em carros estacionados ou até mesmo indo contra outros carros da polícia. 

Hong Kong no jogo era uma cidade muito viva, com diversos eventos aleatórios espalhados pelo mapa. Portanto era normal vermos vendedores de comida, de animais, de bebidas, de roupas, entre outros. Neste departamento, o jogo “brilhava”, e isso não se podia negar. 

O jogo como um todo é muito bom, que vicia desde o primeiro minuto. Mesmo hoje é uma excelente opção de compra na sua Definitive Edition, disponível para as consolas Playstation 4 e Playstation 5, Xbox One e Xbox Series S/X e ainda para PC, que foi remasterizada e ainda inclui os DLC que foram lançados anteriormente. Um bom negócio na minha opinião!  

Sendo um jogo cativante e que fez sucesso, um segundo jogo era mais que merecido, pois seria muito bom voltarmos a ver Wei Shen no papel principal, se bem que um novo protagonista também não era má ideia, para trazer algo de novo consigo, desde a sua história, até a um novo estilo de artes marciais… Taekwondo por exemplo iria provavelmente encaixar muito bem no contexto de Sleeping Dogs. 

Um aspeto a melhorar seria a condução de viaturas, que sinceramente nunca achei muito boa, parecia pouco precisa, então com motos nem se fala. Uma física semelhante à de GTA IV iria beneficiar um possível novo jogo, incluindo também no uso de armas enquanto controlamos um veículo. 

E porque não expandir a história para além de Hong Kong? Seria possível ter a ação a desenrolar-se noutras cidades de referência da Ásia, como Macau que é praticamente ao lado de Hong Kong, ou até mesmo levar os eventos do enredo até Tóquio ou Seoul. Havia pano para mangas, e teríamos assim imensa variedade e provavelmente uma história ainda mais rica. E se a história por ventura se alternasse entre Hong Kong e Tóquio, porque não colocar Wei Shen “contra” o crime organizado do Japão, que é como quem diz a Yakuza. Encaixava bastante bem na temática policial de Sleeping Dogs. Confesso que ia adorar esta abordagem!  

Penso que também seria interessante ter mais mini-jogos, mas incluindo também os do título anterior. Wei Shen podia fazer apostas em combates de galos e jogar Poker Mahjong por exemplo, ter apostas em corridas de cavalos, ou outros jogos de bar, como dardos, havendo espaço claro paro o Poker “tradicional” (com cartas) e a Roulette seriam ideias que provavelmente iriam agradar aos jogadores. E o que não faltam na Ásia são casinos, portanto era só implementar no jogo uma variedade considerável de mini-jogos. 

Mesmo tendo a United Front Games ter fechado as suas portas em 2016, a Square Enix bem podia pegar na sequela de Sleeping Dogs, acho que iria ser novamente um jogo viciante se as ideias certas fossem implementadas, e se possível não fazer o jogo como um serviço… já bastou o “desastre” do jogo dos Avengers, que obviamente tem o “selo” da Square Enix. Será que Wei Shen voltará ao ativo? Bem que podia!