Quando a Comic Con chegou a Portugal pela primeira vez, fiquei extremamente entusiasmado. Infelizmente não consegui ir as primeiras edições na Exponor, em Matosinhos, mas sempre tive ideia, com base no que li e que me contaram, tinham sido boas edições.
Este ano, fui pela terceira vez à Comic Con em Portugal. Já tinha ido a duas edições no Passeio Marítimo de Algés, mas não fui no ano passado, altura em que mudaram, novamente, de recinto. O evento decorre agora no Altice Arena e área circundante.
Porquê começar esta reportagem com uma descrição do local escolhido? Precisamente porque é, para mim, um dos pontos de que mais prejudicaram esta edição (e talvez a anterior, seguindo o mesmo raciocínio).
Um evento como a Comic Con, que tem vários espaços com diferentes necessidades, necessita de estar num espaço onde tudo se possa ligar, seja fácil o acesso e circulação entre várias zonas e que, acima de tudo, seja agradável para quem lá está. Ora, o que eu senti, foi exatamente o oposto. Não só era difícil encontrar determinadas zonas, quer muitas delas estavam mal montadas e com uma apresentação muito infeliz. Sentia-se que as marcas ou stands foram ali despejadas seu critério nenhum, sem nenhuma “história” por trás. Para não falar de tendas exteriores, onde estavam as várias lojas, amontoadas e com pouco espaço para as pessoas circularem. Também toda a zona de comes e bebes estava no exterior, algo que em Dezembro também tem muito que se lhe diga.
Tudo isto se torna ainda mais estranho quando existe uma FIL ao lado. Percebo que o Passeio Marítimo de Algés em Dezembro não faça sentido, obviamente, mas fazer um evento destes num pavilhão em formato de arena onde grande parte das coisas estão fora dessa mesma arena é algo despropositado.
Relativamente à zona dos videojogos, achei bastante pobre. De grandes marcas de referência, apenas a Nintendo estava presente, e com um stand muito fraco. Não se percebe a ausência de outras grandes marcas de referência, mas se as próprias começam a desacreditar estes eventos, então é mau sinal.
Contudo, nem tudo foi mau. A programação tinha alguns convidados interessantes e vários painéis de debate com conteúdos de valor. A nível dos videojogos, foram feitas uma série de conferências bastante pertinentes e que demonstram que houve algum cuidado na curadoria destas conversas.
Creio que é urgente a organização do evento pensar o que pretende da Comic Con em Portugal. Neste momento, é um evento descaracterizado, algo à deriva onde se nota que as próprias marcas cada vez menos acreditam nele.
Não tenho o número de visitantes desta edição, mas creio não estar ao nível das de outros anos, pelo menos nos momentos em que lá estive, e salvo nos momentos em que alguns atores apareciam, achei que estava pouco composta.
Tenho pena que a Comic Con deste ano tenha sido assim e espero que repensei o seu conceito para os próximos anos, pois é um evento com um potencial gigante e que pode fazer mais e melhor.
Descobriu os videojogos através do Game Boy mas foi com a PlayStation 2 que percebeu a importância desta arte. Enorme fã de RPGs e jogos de plataformas, acha que o Final Fantasy X é a perfeição em formato jogável.