Vamos jogar umas partidas de golfe? Claro que sim, e nada melhor que experimentar o EA Sports PGA Tour, que promete despertar o golfista que há em nós.
O golfe é na sua essência um desporto simples, pois podemos jogar ao nosso ritmo, sem grandes pressas, pois não existe um cronómetro. Temos claro que tentar colocar a bola no melhor sitio do campo até chegarmos a colocá-la no respetivo buraco. A vitória é decidida a favor de quem usar menos batidas para completar um determinado percurso de 18 buracos diferentes.
Contudo (e a par com outros desportos), o golfe sofre bastante com os efeitos repentinos do tempo, o que pode afetar o trajeto que a bola pode sofrer ao percorrer centenas de metros no ar ou até mesmo quando ela finalmente aterra no campo. E esta pequena diferença causada por tantas variáveis que muitas vezes é o que separa os jogadores de uma grande vitória ou de uma derrota frustrante.
Em todos estes anos em que esteve afastada dos campos de golfe, a divisão de desporto da Electronic Arts foi aprendendo mais sobre o golfe e não quis deixar de lado nenhum pormenor que o caracteriza, e posso até dizer que EA Sports PGA Tour talvez tenha sido o mais próximo que eu já vi (num campo virtual claro) no que toca à recriação precisa deste desporto.
É recomendado ter-se algumas bases em como funciona este desporto, e ajuda bastante também se jogaram jogos do género. Hoje em dia já não basta carregar num simples botão e acertar no ponto exato para executarmos uma boa batida, portanto se estão à espera que EA Sports PGA Tour funcione assim… podem esquecer. Aqui temos que usar o analógico para dar as tacadas, e vai ser preciso bastante treino para ganharmos aquela precisão que é extremamente necessária para executarmos grandes batidas. Portanto é recomendado vivamente que usem e abusem da escola de golfe que está presente no jogo… eu cá ainda lá dou um salto de longe a longe, a título de exemplo confesso que ainda não atinei com batidas a partir de bancos de areia.
Seja no modo mais exigente Pro ou no modo mais simples Arcade, fazer o movimento de deslizar para baixo e depois para cima, no timing exato e sem falhas, posso dizer que não é uma tarefa fácil. Podemos escolher se queremos usar o analógico direito ou o esquerdo (eu mudei para o direito, senti que era mais conveniente) …, mas como já disse, usem e abusem da escola de golfe, pois como se costuma dizer, a prática leva à perfeição.
O principal foco do jogo é a nossa experiência enquanto golfista. Logo no início do jogo, ficamos encarregados de criarmos o nosso próprio golfista, e podemos definir as características físicas dele (ou dela), roupa, estilo de batida e até o próprio saco que usamos no campo. E é assim que damos início ao árduo caminho rumo à melhoria das nossas estatísticas, com alguns pontos para atribuir naquilo que nos queremos especializar (sempre que concluímos uma partida ganhamos pontos XP)…, seja nos Drives, Putts, e tudo que existe pelo meio. Esta pequena componente ao estilo RPG penso que foi muito bem pensada… pois tudo gira em torno do golfista que nós criamos.
Caberá a vocês escolherem onde querem começar, com o jogo a dar a possibilidade de iniciarem a vossa carreira no circuito amador na Q-School, diretamente na Korn Ferry Tour, que é uma competição por diversos campos de golfe e que já conta para o ranking, ou caso se sintam cheios de confiança nas vossas habilidades, podem competir contra os grandes nomes do golfe, diretamente no PGA Tour, no qual teremos de jogar diversos torneios para podermos entrar no Masters de Augusta, ou ainda na aclamada (e famosa) FedEx Cup. Mas uma coisa é certa, independente de onde começarem, o jogo vai estar “empenhado” a testar as vossas habilidades em todos os momentos.
Mesmo começando na Q-School, foi um longo processo de aprendizagem até me sentir capaz de competir de igual para igual com a I.A na dificuldade standard (que no jogo tem o valor de 50). Vão sentir vontade de desistir, pois é normal cometermos erros atrás de erros, mas é extremamente recompensador quando já sentimos que já podemos lutar pelos lugares de topo, e começarmos a ter pontuações de PAR ou BIRDIE. Para quem não está por dentro do scoring do golfe, aqui ganha quem conseguir ter menos tacadas, o BIRDIE por exemplo é quando conseguimos colocar a bola no buraco com uma tacada a menos que o respetivo PAR (o par é 0) e é apresentado na tabela de pontos por –1. Eu ainda não consegui concluir nenhum buraco com pontuações EAGLE (-2) e DOUBLE EAGLE (-3), mas sinto que está para breve.
No EA Sports PGA Tour, tudo pode afetar a forma de como a bola se comporta. Ventos um pouco mais fortes vão alterar a rota e até o tipo errado de tacada pode ter efeitos negativos na forma como a bola irá rolar ao cair na relva. Juntem ainda a excelente recriação feita pelo jogo de todos os campos reais aqui presentes, que vem com inúmeros obstáculos como água, bunkers de areia, árvores, etc. O jogo está sempre pronto para nos desafiar!
Como já mencionei antes, a progressão do nosso golfista que criamos é outro dos pormenores interessantes do jogo. No começo, eu senti que até mesmo em jogadas simples, por mais perfeito que fosse o meu movimento no analógico para bater na bola (e outros ajustes no tipo de batida), ela não era tão eficiente quanto o necessário. É fulcral usarmos os tão desejados pontos XP, e as melhorias realmente são sentidas na jogabilidade, e eu que o diga.
Ao longo da progressão, vamos também terá acesso às Specs, que são medalhas que podemos equipar no nosso jogador e que afetam as suas estatísticas, podendo ser elas referentes a um tipo específico de tacada ou melhorias mais generalizadas. As Specs podem ser ganhas vencendo torneios ou como recompensas após concluirmos Quests, que são missões especiais que o jogo nos vai dando e agem como um complemento ao modo Carreira. Também podem claro adquiri-las na loja in-game, desde que tenham créditos suficientes da moeda virtual do jogo.
Vamos ainda encontrar uma vasta quantidade de produtos desportivos licenciados, de marcas como a Adidas ou a Under Armour por exemplo. Podemos assim customizar o visual do nosso jogador, desde as roupas, a cada um dos tacos disponíveis na bolsa, passando até pelas coberturas dos tacos e a alça da bolsa. Como já é comum nos jogos da EA Sports, tudo isto pode ser adquirido completando alguns desafios específicos, ou com a moeda virtual do próprio jogo ou ainda através de micro-transações.
O jogo conta com uma quantidade interessante de modos online, se bem que limitada. Existe o modo Competitivo, onde podemos jogar partidas para até 16 jogadores usando o nosso golfista que criamos ou um dos vários atletas licenciados disponíveis (são 22 no total) usando para isso uma configuração de controlos específico. Existe o modo mais casual (chamado de Social) que também pode ser jogado até 16 jogadores e onde cada um pode usar o esquema de controlos que prefira. Temos presente ainda os Tournaments, que são uma espécie de modos a contar para o ranking, onde jogamos partidas em campos específicos e o nosso resultado é comparado com os demais jogadores, e posteriormente as recompensas são distribuídas com base nisso.
Visualmente, o grafismo, os movimentos naturais dos golfistas, as réplicas exatas dos campos de golfe (28 reais e 2 fictícios), entre outros pormenores, dão um aspeto bem bonito ao jogo e nota-se claramente que houve um certo cuidado neste “departamento”. Gostei também de ver o publico a assistir às partidas, pois criam uma atmosfera muito característica deste desporto. E tal como nos jogos FIFA por exemplo, aqui também temos narração de cada jogada que nós fazemos, um pequeno grande pormenor na minha opinião, pois só acrescenta qualidade ao jogo da EA Sports.
Conclusão:
EA Sports PGA Tour é um jogo de golfe bastante interessante, que consegue mostrar-nos praticamente na perfeição a atmosfera que se vive neste desporto. O jogo não esquece cada aspeto do golfe, até mesmo em pequenos detalhes como a direção do vento, como forma que a bola é batida ou simplesmente na narração das partidas. É um pouco complexo de aprender a jogar, e exige uma grande motivação da nossa parte, mas que no final nos agarra ao ecrã por muitas e boas horas, sejamos nós jogadores mais casuais ou grandes fãs da modalidade.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.