Há tempos que eu andava à procura de um FPS que escapasse do mesmo tema de guerra, terroristas, alienígenas, aquele mais do mesmo…
Eis que durante a última DevGAMM em Lisboa (cobertura aqui) cruzei sem querer com o game MULLET MAD JACK ali disfarçadamente num booth de exposição… imediatamente identifiquei aquele clima punk/cyberpunk dos anos 80 do século passado e o excesso de neon, mullets, visual arrojado tudo isso misturado com uma acção frenética e brutal!
Lembram de Shadowrunner? System Shock? Akira? Ghost in The Shell? Policenauts? O eterno Blade Runner? Hotline Miami? Aqui tem tudo isso misturado com a velha fórmula de sucesso do Duke Nukem 3D: chuta – corre – atira – headshot – hail to the king, baby!
Estamos em 2090, humanos e robôs são integrados numa espécie de internet e precisam de dopamina para sobreviver. Seu personagem, Jack, parte para uma missão de resgate a uma influencer dentro de um edifício do tipo arranha-céus nesse universo maluco do futuro, onde tudo é totalmente online e motivado por likes e seguidores, ou seja, cada um dos 100 andares é uma espécie de live que, uma vez conquistados seguidores, likes e matando os inimigos, proporcionará melhorias para seu player que vão de poderes a armas diferentes e mais destruidoras.
É um jogo de pouca conversa e muita pancadaria, objetivos simples como nós fãs de FPS gostamos. Duas coisas que eu gostei: tem vários níveis de dificuldade incluindo um modo “endless” infinito para ver quanto tempo/andares sobrevivemos e um modo espetacular permadeath, ou seja, morreu é game over! Adoro esse tipo de desafios ainda mais num jogo FPS, me lembrou o modo MEINE LIEBEN do jogo Return to Wolfenstein e seu famigerado permadeath.
Permadeath? Endless Mode? Tem sim! Imagens do Studio Hammer95
Diferente dos clássicos DOOM, Duke Nukem, Bulletstorm e etc, neste fps o jogador é um tipo de influencer que transmite em tempo real a sua jornada. Sua “vida” sem dopamina dura apenas 10 segundos e cada morte, combo, execução sinistra e etc lhe dão mais alguns segundos, então o negócio é correr alucinado derrubando tudo pelo caminho, chutando cachorro e socando portas, enquanto desvia de perigos e mata os inimigos, somando assim segundos de vida, mais dopamina, likes e seguidores que desbloqueiam bónus.
O jogador chama-se Jack Banhammer, vivendo nesse futuro distópico onde humanos se misturaram com robôs e com a internet e que, para ficarem vivos, precisam de dopamina… sem emoção, sem vida, já percebemos!
Nessa mecânica frenética de jogo, a cada 10 andares temos um boss: o contador de tempo para a contagem e a energia que tiver será a única para essa batalha… se vencer ok, se morrer volta para trás ao nível onde você estava e sem os poderes obtidos e isso, no meu resumo, é um dos pontos fracos: é punitivo demais.
Digamos que estamos no andar 9, chega no 10 para enfrentar o chefe e morre… volta para o andar 1 de novo e sem poderes nem armas especiais. Morreu no andar 79 mesmo à porta do boss, volta para o andar 71 sem os recursos e armas com os quais estava acostumado.
Penso que um update para breve e essa obra de arte do brasileiro Alessandro Martinello, publicado pela Epopeia Games e com apoio do governo do Rio Grande do Sul.
Resumindo: compra garantida para sua coleção de jogos STEAM, infelizmente não teremos versões para consolas Playstation, Xbox e nem para a Nintendo Switch o que é uma pena! E também senti falta de um modo cooperativo multiplayer, pelo menos dois amigos online avançando na base da pancadaria para resgatar a tal “influencer de 2 mil milhões de seguidores” seria brutal!
A criatividade e sensação de anos 80 correm a solta nesse game, quem não sabe o que é dopamina vai virar mestre no assunto se encarar o desafio de chegar ao topo do prédio de 100 andares e resgatar a tal influencer. Veremos quanto tempo vou levar para essa missão!
Vídeo oficial do jogo:
Mais informações nos sites oficiais da HAMMER95, EPOPEIA GAMES e na loja online do STEAM.
Tens o que é preciso para resgatar a influencer?
Pros
- Ação frenetica
- Poderes e Armas Apelativas
- FPS old school com um toque extra
- Alto fator replay
- Anos 80 com pitadas de 90
- Trilha Sonora Empolgante
Cons
- Se morrer volta tudo e sem armas especiais
- Repetitivo e cansativo até decorar os mapas
- Falta um modo multiplayer
Aprendi em 1983 com o Atari 2600 o que era um videogame. Sou do tempo da internet discada, das cartas em máquina de escrever e de conversar pessoalmente! Do Telejogo Philco-Ford ao telemóvel mais recente, gosto de experimentar games indies e de ajudar a se tornarem títulos AAA. Colecciono consolas e videojogos que fizeram parte da minha história! Pai, Motard e Gamer. 😉