Com a nova PlayStation 5 quase a chegar, a equipa do SideQuest fala sobre os jogos que mais nos marcaram nesta geração que nos deixa.
Gonçalo Cardoso
No dia em que God of War foi anunciado para a PlayStation 4, não fiquei logo curioso por este título. Isto porque, apesar de ter adorado os God of War da PS2 e PSP, senti que a série já se estava a tornar redundante na PS3. No entanto, quando percebi que o jogo ia sofrer severas alterações, não só no ambiente e história, como no combate e modo de jogar, mudei um pouco a minha forma de ver este próximo lançamento.
Assim que foi lançado, tive a possibilidade de o analisar e lembro-me ainda que disse algo como: o melhor jogo da PlayStation 4. E, ainda hoje, na recta final desta geração, mantenho esta afirmação. O trabalho que Cory Balrog fez com a sua equipa é sublime e poucos jogos têm a complexidade narrativa e técnica que este tem. Conseguiram reinventar o universo de God of War, colocando-o num ambiente novo e fresco (literalmente). Introduziram elementos RPG e novas mecânicas, o combate foi polido e consolidado e a introdução de Atreus foi a cereja no topo deste grandioso bolo. Uma autêntica obra-prima.
Alexandre Antunes
Muito Jogos me deixaram agarrado ao DualShock 4, mas um deixou uma impressão duradoura. Certo que não tem o argumento de ambos os The Last of Us ou o fantástico mundo de Geralt of Rivia, mas Control deixou uma marca forte no meu top de jogos. Creio que o factor surpresa foi algo de muito importante, pouco sabia sobre este jogo da Remedy e comprei mais por impulso do que outra coisa.
Quando me vi dentro da Oldest House o meu mundo mudou. Para qualquer miúdo que cresceu a ver os X-Files toda a narrativa de Control é fascinante: Objectos de poder, dimensões, planos astrais, uma arma que mais parece um canivete suíço… Tudo isto aliado ao poder voar/levitar e estava completamente agarrado ao ecrã. Poucos jogos criaram tal impacto. A jogabilidade é super fluída e desafiante e os gráficos, ambientes e iluminação tiram todo o partido do hardware da PS4. Sem dúvida uma das chaves de ouro que fecha esta geração.
Rui Martins
Há uns meses atrás, a minha escolha teria sido o Witcher 3. Contudo, em Julho, a Sony encerrou o ciclo desta geração em grande com Ghost of Tsushima. O jogo da Sucker Punch agarrou-me de imediato. Eu já esperava um bom jogo, mas fui surpreendido.
Nunca, antes de Ghost of Tsushima, um jogo me fez imergir tão profundamente no seu ambiente, construído por uma combinação irrepreensível de visuais poéticos, efeitos sonoros e composição musical fenomenais e narrativas densas e emocionais. O combate, rápido e visceral, é extremamente gratificante e divertido, deixando-nos com um feel good feeling no final de cada encontro. A ilha de Tsushima é enorme e cada missão que nele fazemos, principal ou secundária, faz parte do enredo geral. Este foi o primeiro Open World que joguei que me senti entusiasmado em procurar todos os elementos que o povoam, movido pela sua pertinência para a história ou desenvolvimento do personagem. E quando queremos espremer tudo o que um jogo tem para nos oferecer, é porque algo está muito bem feito.
A minha análise detalhada a Ghost of Tsushima pode ser lida aqui.
Núrya Inocentes
Apesar de ter um carinho especial pela Aloy e Horizon Zero Dawn, é impossível falar nesta geração de PlayStation sem passar por The Last Of Us Part II. Esta obra-prima da Naughty Dog é, sem sombra de dúvidas, mais que um jogo – é uma experiência que nos envolve. Dei por mim a sentir raiva, terror, choque, ansiedade, e até amor com este jogo. Perdi-me numa Seattle pós-apocalíptica recriada até ao último detalhe, evolvida pelos gráficos e pela excelente banda sonora de Gustavo Santaolalla. Fez-me sentir que conhecia todas as personagens há anos (até as que só nos foram devidamente apresentadas neste título). Poucos jogos me fizeram ter uma reação física, e quando uma cena me faz deixar cair o comando inadvertidamente enquanto dou um suspiro de alívio e sinto lágrimas a caírem-me pela cara, sei que estou na presença de algo grandioso.
Mauro Agostinho
Que maravilha continua a ser, para quem aprecia videojogos, ir acompanhando as gerações de novo hardware a continuarem a vir acompanhadas de jogos que tanto nos proporcionam as mais diversas sensações e insubstituíveis horas de entretenimento! Com mais uma nova geração de consolas a chegar, várias foram as obras-primas que a anterior nos proporcionou e, entre elas, está The Witcher 3: Wild Hunt, o típico jogo em que a viagem é muito mais do que o seu destino final. Em Geralt of Rivia encontramos um protagonista cheio de carisma e todo um conjunto de traços de personalidade marcantes que nos cabe a nós, jogadores, ir moldando, nada sendo irrelevante ou deixado ao acaso, quer cada missão secundária (?), cada contrato, cada passo adiante na história principal, havendo uma interligação de eventos que faz com que cada minuto jogado importe. Acrescenta-se ao protagonista um cast de outras personagens marcantes, um mundo de jogo que implora para ser explorado, paisagens de cortar a respiração, jogabilidade muito divertida e com uma progressão ao ritmo que cada um entender, tudo guiado por uma escrita que transporta o jogador para uma realidade paralela fantástica em que não estamos apenas a jogar mas a participar!
Rodrigo Agostinho
Red Dead Redemption 2 foi o único título da Rockstar feito de raiz para esta geração que se aproxima a passos largos do fim. Apesar de ter um 2 no nome, Red Dead Redemption 2 é, na verdade, uma prequela do jogo original. Várias personagens do primeiro jogo regressam (incluindo o anterior protagonista John Marston) mas, desta vez, o jogador toma as rédeas de um novo cowboy, de seu nome Arthur Morgan. E, apesar de considerar o jogo fenomenal no seu todo, devido à multiplicidade de atividades para se fazer, eventos aleatórios fantásticos (como por exemplo, ser ameaçado por estar a acampar num território dominado por rufias), gráficos soberbos e missões principais e secundárias memoráveis, é impossível não dar o maior dos destaques a Arthur e a história que ele (e o seu gangue) protagoniza. Para mim, Arthur Morgan é, indiscutivelmente, a melhor personagem da geração e o mesmo vale para história de Red Dead Redemption 2. A evolução da personalidade de Arthur ao longo da sua jornada e o impacto que os vários acontecimentos do jogo têm dentro do gangue Van Der Linde foi algo que me prendeu ao sofá e que fez com que as mais de 80 horas investidas passassem a voar. Pode não ter havido uma abundância de jogos da Rockstar para esta geração, mas o único que entregaram (GTA V não conta) é uma experiência que irei recordar durante várias gerações.
Descobriu os videojogos através do Game Boy mas foi com a PlayStation 2 que percebeu a importância desta arte. Enorme fã de RPGs e jogos de plataformas, acha que o Final Fantasy X é a perfeição em formato jogável.