Ah não, esse jogo não! Nem adianta insistir…

 

Há sempre aquele jogo famoso que todos gostam, mas simplesmente não conseguimos suportar.

(artigo escrito em Português do Brasil)

Quando os amigos chegam em visita a nossa casa ou game room, logo vamos jogar videogame e começa já começa aquela briga “esse não, tudo menos esse, esquece isso aí, vamos para outro jogo”…

Tenho essa relação de amor e ódio com FIFA Soccer, na verdade com todos os jogos de esporte coletivo em consolas como futebol e basquete, mas FIFA é de longe o que mais se destaca. Comecei a pegar antipatia ainda na Mega Drive e depois na 3DO com tudo de excelente que essa versão em CDROM tinha, posso dizer que fiz um esforço imenso para engolir essa pílula amarga mas até hoje não a consigo digerir. Prefiro talvez ir ao dentista ou levar outra dose da vacina COVID do que jogar uma partida de FIFA, PES ou similar mesmo que seja uma divertida disputa de sofá entre amigos.

Outro título que para mim é uma pílula amarga é King of Fighters. Adoro jogos de luta, especialmente os feitos à mão que são obras de arte em pixels como os títulos da SNK. Joguei muito nos arcades desde o dia do lançamento games como Street Fighter 1 e 2, Pit Fighter, Art of Fighting, Mortal Kombat, Fatal Fury… mas quando veio o King of Fighters e também o Killer Instinct nos idos de 1994, com o sistema de combos multiplos e quase infinitos com pancadinhas atrás de pancadinhas que imobilizam e aborrecem, o que para alguns era diversão para mim ainda é uma imensa tortura!

 

Como gosto é gosto e cada um tem sua opinião pessoal aproveitei esse gatilho e perguntei a vários outros jogadores e colecionadores pelo mundo qual era o jogo ou o estilo de jogo do qual não podiam nem ouvir falar e estas foram as suas respostas:

 

Rui Baptista, Portugal, colecionador de arcades e retro games: Sou apaixonado por todo o tipo de jogo (especialmente old-school), nomeadamente estilo mais Arcade, mas gosto de tudo um pouco. Sempre gostei de ver e apreciar os Tekkens, quando vejo combates de alto nível consigo perceber o que se está a passar e a adorar o envolvimento da técnica e estratégia. Porém, sendo eu um “KOFista” nunca consegui engatar nesse padrão de jogo 3D da Namco. Sendo eu um grande fã da SNK, adorei a presença do Geese no ultimo Tekken, a personagem esteve altamente bem representada e encaixou perfeitamente no jogo. Posso dizer que é o perfeito exemplo de um crossover bem executado.

Tekken? Nah...
Tekken? Nah…

 

Rodrigo Piva, Brasil,  engenheiro elétrico: Estou cansado de jogos de mundo aberto, incluindo jogos novos e antigos. Acho que o conceito “mundo” aberto se perdeu um pouco, devido ao tamanho gigantesco de alguns mapas. Nisso pode-se incluir o recente Ghosts of Tsushima e algumas outras franquias. O problema acaba não sendo o jogo em si, mas a falta do que fazer entre uma missão e outra, caminho que se torna extremamente demorado as vezes. E olha só, gostei muito do Assassin´s Creed Origins justamente pelo fato de existir pontos de teleporte no jogo que rapidamente leva de um lugar a outro no mapa. Pra quem quer ficar passeando pelo jogo ok, mas quem quer jogar uma fase atras da outra isso ajuda muito e acaba com esse problema. Então… teoricamente, não é um jogo em si. mas a demora em ir de um ponto a outro em um jogo de mundo aberto que me faz perder a vontade de jogar alguns jogos top rated as vezes.

Jogos de mundo aberto? Não obrigado!
Jogos de mundo aberto? Não obrigado!

 

Rui Martins, Portugal, co-fundador e redator Sidequest: Se há jogo que, pela premissa inicial, eu gostaria de ter gostado era Assassin’s Creed, da Ubisoft. O setting do jogo é bastante interessante e, em 2007, aquando do lançamento do seu primeiro título, era visualmente extremamente apelativo. Quando lhe pus as mãos em cima, contudo, fiquei extremamente desapontado. As primeiras impressões até foram positivas e consegui ver porque o jogo era tão popular. Contudo, rapidamente senti o jogo a tornar-se extremamente repetitivo. E a repetição sempre me cansou. Não consegui sequer terminar o jogo. Assassin’s Creed tornou-se numa franquia de sucesso até hoje, mas nunca mais consegui arranjar motivação para voltar a mergulhar no Universo, por muito que este tenha evoluído.

Silenciosamente me distancio de Assassins Creed
Silenciosamente me distancio de Assassins Creed

 

Elcio Pereira, Brasil, desenvolvedor de videojogos: Não gosto de jogos de futebol atualmente porque meus amigos só queriam jogar isso quando vinham em casa, mas não é culpa do jogo em si. Na verdade não gosto desse modelo negócio de ficar lançando o mesmo jogo todo ano, adicionando pouca novidade e só trocando as cores e as capas. FIFA por exemplo poderia facilmente ser um mesmo jogo lançado a cada 4 anos, seguidos de 3 DLCs anuais de atualização de times. Cada jogo novo teria bem mais tempo para fazer features novas e agregaria bem mais a cada versão. Claro que isso significaria faturamento menor nesses anos de DLC, não exatamente menos lucro, porque o custo de publicação do jogo fica reduzido nesses anos, então não sei exatamente o quanto isso afetaria diretamente a Electronic Arts, mas é óbvio porque não fazem isso.

Quem tem a mesma opinião sobre futebol é o Eduardo Rambaldi, Brasil, designer gráfico: Não gosto de jogos de futebol por achar sempre muito repetitivo e com pouca inovação sobre as gerações anteriores, exceto em detalhes gráficos. Particularmente acho um desperdício comprar uma consola de última geração como a Playstation 5 ou a Xbox Series para um jogo que pouco evoluiu de 3 gerações pra cá. Para mim todo jogo de futebol é o mesmo desde a Playstation 2, só mudam os times e os gráficos!

Futebolzinho não!
Futebolzinho não!

 

Daniel Marques, Portugal, informático colecionador de retrogames:Quando falamos em títulos AAA o leque de jogos que me vem à mente é grande e variado mas se me perguntarem qual é o jogo que EU não suporto e no entanto é jogado por milhões de pessoas, a resposta é imediata: Fortnite. Talvez seja uma questão geracional e agora que estou prestes a entrar nos 40, já não é (tão) fácil sentir aquela vontade de jogar que me acompanhou durante grande parte da vida, diria que a vida me tornou muito mais selectivo nesse aspecto portanto talvez o problema seja mesmo meu e não do Fortnite. Ou talvez não…

Quem concorda com isso é Pedro Pimenta, Portugal, colecionador e artista digital de games: Sinceramente qualquer tipo de FPS com multiplayer, coisas tipo Fortnite, Pubg e afins, jogos de “tiro neles” não são muito a minha “onda”.

Fortnite nem pensar!
Fortnite nem pensar!

 

Adrian Wallett, Inglaterra, autor do canal ArcadeAttack: Isso soará controverso mas não sou fã de Tetris. Um grande jogo para muitos, mas nunca um jogo que clicou comigo. Achei muito repetido, um pouco sem graça e não faz o meu gênero. A trilha sonora é lendária e se for para escolher um ficaria apenas com o Tetris 99 para Nintendo Switch.

Tetris 99? Ok, este vai...
Tetris 99? Ok, este vai…

 

Wellington Oliveira, Brasil, técnico em agronomia: se tem um jogo para eleger como o pior é GTA, Gran Theft Auto. Simplesmente não consigo gostar! Reconheço a qualidade da franquia e toda sua evolução, tentei jogar desde o Playstation 2, mas simplesmente não me desce pela garganta. Jogo de mundo aberto dentro de cidade já não faz muito meu genero, ainda mais com malandros no estilo gangster americano a disparar aleatoriamente. GTA V por exemplo tem uma história interessante e um modo online diferente dos demais jogos, ainda assim não suporto.

GTA, tirem isso da minha frente!
GTA, tirem isso da minha frente!

 

Pedro Flores, Portugal, desenvolvedor de sistemas: No meu caso é mais um tipo de jogo do que alguma franquia em si. Jogos online multiplayer nunca me chamaram atenção porque como não tenho muita disponibilidade de tempo é frustrante começar a jogar e ser constantemente abatido (exemplo Counter Strike) ou derrotado (exemplo FIFA).

Online? Multiplay? Desliga isso, vou no offline!
Online? Multiplay? Desliga isso, vou no offline!

 

Ricardo Tiger, Portugal, produtor audiovisual e colecionador de games: Se tenho de desancar num jogo vai ter de ser no Mortal Kombat, brutal, inovador e viciante. Bem sei q vou arranjar enguiço com alguns gamers e amigos, mas passo a explicar. Mortal Kombat representou o fim das sprites e  gráficos tipo cartoon ou banda desenhada que sempre adorei. A técnica de digitalizar lutadores e seus movimentos foi inovadora, mas também demonstrou que quiseram dar um passo maior q a perna… Quando se olha hoje, nota-se ainda mais que esses jogos não envelheceram bem. Basta ver a frescura eterna de Street Fighter 2, Final Fight ou Double Dragon ou até Renegade… Para além disso, a loucura MK nas arcades nos inícios dos 90s levou ao salão de jogos que eu gostava frequentar na Amora fosse fechado, dois grupos envolveram-se numa rixa e o arcade foi fechado pela polícia para investigação, durante mais de um mês. Nessa altura fiquei sem poder jogar Out Run, R-Type, Toki, Tetris, Time Scanner e WWF Wrestle Fest.

Mortal Kombat? Finish this!
Mortal Kombat? Finish this!

 

Monika Wisniewska, Espanha, Co-Founder da Mindfuture e embaixadora “Women in Games”: Não gosto nada dos jogos de estilo com muita violência no estilo Call of Duty, são muito agressivos. Afinal prefiro jogos mais leves como Fortnite que divertem e entretêm mais. Fortnite é algo brincalhão e bem divertido enquanto Call of Duty é algo mais sério e assustador.

Soldado COD pedindo baixa, senhor!
Soldado COD pedindo baixa, senhor!

 

Panos, Grécia, colecionador e autor do canal RetroShowCase.com: Tentei mas nunca gostei de nada relacionado com a franquia Final Fantasy, principalmente os mais modernos, já que esse tipo de jogo nunca foram a minha praia. Com certeza alguns deles são tecnicamente impressionantes (gráficos, som, as partes artísticas em geral), mas sempre gostei mais de títulos que são puros RPG de ação!

Final Fantasy? Sai pra lá...
Final Fantasy? Sai pra lá…

 

Nicole Concha, Portugal, desenvolvedora de videojogos e streamer do youtube Nicole Concha: Se há um jogo que não posso ver nem pintado de ouro é o The Elden Scrolls: Skyrim. Lembro que na época os meus amigos estavam todos loucos com o jogo e só falavam dele, não se calavam a dizer para eu comprar. Acabei por comprar e foi o dinheiro mais mal gasto da minha vida: repetitivo, aborrecido, qualidade meh, tudo meh… Simplesmente não dá para mim!

Fala de SKYRIM mais uma vez aqui perto desse machado...
Fala de SKYRIM mais uma vez aqui perto desse machado…

 

Nuno Teixeira, Portugal, redator Sidequest: Comprei Far Cry 5 logo no “Day One” e tendo jogado todos o Far Cry (na altura até ao Primal) pensava eu que ia novamente ficar “colado” ao ecrã por muito tempo. O enredo do jogo abordava uma temática interessante, pois achava que a ideia de ter um culto religioso, aliado ao que Far Cry tem de melhor, era um excelente combinação. Mas os diversos bugs que o jogo tinha, onde destaco a “inteligência” da I.A equiparada a uma lesma, bem como a confusão que senti no desenrolar dos eventos, fizeram-me perder completamente o interesse do jogo logo na 1ª semana. Não costumo “chorar” o dinheiro que gasto quando compro videojogos, mas ainda hoje “choro” os meus ricos euros que gastei no raio do Far Cry 5.

Far Cry 5? É pra explodir!
Far Cry 5? É pra explodir!

 

Parece que alguns gamers concordaram comigo quanto ao futebol e outros discordaram, mas e você que está lendo esta matéria, qual seu jogo ou franquia de jogos que não consegue nem ouvir falar, quanto mais jogar? Diga lá para nós em nossas mídias sociais.

GG (good game) a todos!