No Straight Roads – Uma cadência irregular

Criado pela Metronomik, este jogo procura trazer um novo conceito de mecânica de jogo, mas será assim tão inovador?

Iniciamos o jogo num concurso de música, organizado em Vinyl City, onde a energia é criada através de geradores que convertem música em eletricidade. Durante a actuação, a nossa banda, composta por Mayday, na guitara, e Zuke, na bateria, percebe que o rock não tem lugar na cidade da música. Aí, inicia-se uma batalha a favor do Rock e para mandar abaixo a música eletrónica de consumo em massa.

Quando vi o trailer deste jogo indie, fiquei bastante curioso. Um jogo que prometia mecânicas de jogo diferentes, em que a batida da música dá pistas de quais os momentos certos para atacar. Não é que seja um conceito novo, este já fora explorado no movimento em Crypt of the Necrodancer, sendo que aqui há mais liberdade.

Visualmente, No Straight Roads está muito bem executado e é super apelativo, com cores e efeitos visuais fortes e bem implementados, em que ficamos com a certeza de que a Metronomik não é um simples developer indie. Na verdade, a empresa foi fundada em 2017 por Wan Hazmer, Lead Game Designer de Final Fantasy XV e Daim Dziauddin, Concept Artist em Street Fighter V.

Os níveis estão desenhados de forma a corresponder à estética de cada um dos 8 bosses, sempre com uma componente visual irrepreensível.

A nível de gameplay o jogo é muito fluído, as personagens são rápidas e os movimentos e animações estão bastante otimizados . Controlamos a banda Bunk Bed Junction e podemos rapidamente alternar entre os dois elementos, sendo que após uma mudança de personagem há sempre um período de cooldown.

Mayday faz ataques mais poderosos com a guitarra, Zuke, baterista, é o rei dos combos e executa ataques mais rápidos mas não tão fortes como os da colega de banda.

As mecânicas são simples, 1 ataque específico de cada personagem, com a possibilidade de ataques especiais que se adquirem com upgrades, rolar para esquivar e, muito importante, estar com atenção à batida da música de forma a saber quando os inimigos vão atacar e causar dano.

No final de cada batalha, regressamos a “casa”, nos esgotos da cidade. Aí temos acesso a várias áreas onde podemos saber qual a próxima missão, fazer upgrades, fazer decoração com  troféus e dar concertos clandestinos para adquirir fãs. Quantos mais fãs tivermos, mais pontos de upgrade estão à nossa disposição, permitindo aumentar características como a health e o dano.

Podemos ainda jogar uma arcada vintage onde também nos movemos ou atacamos ao ritmo do som.

Os personagens são muito carismáticos e a dupla de heróis tem muita piada, com cutscenes bastante divertidas e um argumento original e bem pensado.

Embora tenha vários pontos a seu favor, No Straight Roads peca, a meu ver, por ser demasiado simples, com pouca exploração e, tendo em conta que se baseia em música e batidas, uma banda sonora um pouco repetitiva e algo irritante, sendo que não é conveniente retirar a música do jogo, acaba por ser um ponto bastante desfavorável.

Conclusão:

No Straight Roads é uma aventura bem estruturada e com um conceito refrescante, mas não novo na industria. Embora pareça estar um pouco mais indicado para camadas mais jovens, devido à simplicidade do seu gameplay. Para um jogo cuja base assenta tanto na música, não achei que esta fosse um dos pontos fortes do jogo, acabando por ser muito genérica e repetitiva. Não foi um jogo que me tenha cativado, mas acredito que possa ser mais divertido se desfrutado a dois, em couch co-op

 

No Straight Roads está disponível para a Nintendo Switch, PS4, Xbox One e PC, através da Epic Store.