5 meses de Xbox Series S – O que mais gostei de jogar

Há 5 meses entrei para o ecossistema Xbox. Qual o balanço do sistema e dos seus serviços?

Em primeiro lugar, falemos do que me atraiu para o sistema. Gamepass, preço, especificações técnicas e design. Sim, nesta nova geração a Xbox bateu a PlayStation aos pontos a nível de design e a Series S é, para mim, a consola mais elegante e bem desenhada desta geração (e de outras).

Mas se for para falar de algo além do design, terá de ser a rapidez. Percebe-se a optimização que fizeram do sistema e a perfeita integração de memória interna, RAM e processamento. Para quem, como eu, se iniciou nos jogos com um ZX Spectrum e tinha de esperar dezenas de minutos a carregar um jogo, é difícil não ficar maravilhado com a tecnologia atual.

O Gamepass Ultimate é, sem dúvida, a vantagem da Xbox sobre a PlayStation, cujos serviços de PS Now e PS Plus combinados não rivalizam com o da Microsoft. E foi graças ao Gamepass que pude, finalmente, jogar vários jogos que já tinha vontade de desfrutar.

Segue a lista dos que mais gostei, sem nenhuma ordem em específico:

Quantum Break

Sendo um fã confesso de Control, tinha de experimentar o título que o antecedeu. Aqui já se percebe onde se inspira muito do que nos foi apresentado em Control. Não é um jogo fantástico mas diferencia-se muito pela sua abordagem única à história, que no fim de cada capítulo a liga a cenas com atores reais, como se de episódios de uma série se tratasse. Além do excelente trabalho de atores, onde Courtney Hope claramente se destacou, e além das excelentes mecânicas de controlo temporal, Quantum Break parece ter sido feito como um showcase da Microsoft, seja pelas capacidades da Xbox one, seja por todos os personagens usarem Windows Phones ou computadores Surface.

Nier Automata

Sendo um título que há muito me despertava curiosidade, nem foi preciso pensar muito para o instalar. Normalmente fujo de títulos e grafismos com uma linguagem gráfica mais japonesa e ligada ao Manga, mas este tinha de jogar. Valeu a pena, embora seja um jogo que peque a nível de detalhes nos modelos 3D dos ambientes e texturas, tem um ritmo muito próprio, frenético e mecânicas que embora complexas não são difíceis de comprender. O combate é muito satisfatório e além dos ataques de 2B, a nossa personagem, temos o controlo dos disparos do pequeno robô que nos acompanha. Outro pormenor muito interessante é o jogo mudar de um ambientes, passando facilmente de um openworld para um side scroller, dependendo das áreas em que estamos.

Gears 5

As opiniões que ouvia de amigos sobre este jogo eram muito díspares, pelo que resolvi ver por mim próprio. Não queria começar pelo início e resolvi saltar para os dois últimos títulos da saga, tendo jogado o 4 e o 5. Então percebi, quem tinha opiniões mais negativas nunca deve ter jogado Gears 5. Muito mais bem executado e com mecânicas diferenciadoras, com mais dinâmica que o seu antecessor, mais linear. Gears 5 é um third person shooter táctico e muito divertido, que agarra desde o primeiro momento e o qual tive pena de jogar a solo. Este é, sem dúvida, um jogo para jogar com até 3 amigos, seja em couch co-op ou online pois tem grande enfoque no trabalho de equipa. E atenção, eu apenas jogo em single player e, normalmente, nem tenho vontade de experimentar jogar de outra forma. Gears 5 fez-me vacilar nesta resolução, bastante.

A Plague Tale: Innocence

Uma das maiores surpresas que tive nos últimos tempos. A Plague Tale: Innocence mostra-nos que também os pequenos estúdios produzem grandes jogos. O jogo conta-nos a história de Amicia e do seu pequeno irmão Hugo e, inicialmente, receei que se tratasse de um jogo exclusivamente passado em modo stealth, sempre com uma criança pela mão. Não podia estar mais enganado, o jogo tem mecânicas que nos vão fazendo adaptar ao longo do percurso e combate eficazmente o tédio de jogar sempre do mesmo modo, culminando com um Boss que embora seja diferente de todos os desafios que passámos até ali, nos desafia sem se tornar frustrante.

Doom Eternal

Que interessa uma história densa quando se pode matar demónios ao som de um bom Heavy Metal? Não é que Doom Eternal não tenha uma narrativa, mas esta é completamente secundária quando o que realmente se quer é limpar o sebo aos esbirros do inferno com deliciosas e violentas glory kills. Doom Eternal retira-nos de Marte e coloca a ação num planeta terra completamente dominado pelo inferno. E, obviamente, só nós podemos impedir este inferno de se instalar permanentemente!

Hellblade: Senua’s Sacrifice

Poucos jogos me tocaram tanto a nível de interpretação e narrativa como Hellblade: Senua’s Sacrifice. Com um processo de desenvolvimento muito bem documentado e uma banda sonora fantástica, Hellblade: Senua’s Sacrifice é, sem dúvida, um jogo que revisitarei várias vezes. Embora não tenha um gameplay inovador, este é simples e eficaz. No entanto, é pela interpretação de Melina Juergens e enredo de Tameem Antoniades que o jogo se destaca, trazendo uma incrível experiência de psicose, amor e morte às consolas. E, uma vez que o segundo título da saga está em desenvolvimento e será um exclusivo Xbox, diria que a minha compra da Series S foi uma aposta ganha.