A Annapurna decidiu aventurar-se nas conferências. Mas afinal, o que retiramos da apresentação?
Com a saída da PlayStation das principais conferências da indústria, abre-se um enorme espaço para as editoras e publisher’s divulgarem os seus próprios jogos. A Annapurna tem vindo a crescer cada vez mais no campo dos indies, com uma afirmação de jogos de qualidade, impulsionados pelos serviços de subscrição da PlayStation e, nomeadamente, o Game Pass. Este dia 29 de julho decidiu fazer a sua primeira apresentação, digamos, a solo!
Antes de passar aos jogos, propriamente ditos, gostaria de referenciar a qualidade da apresentação que vimos. Poucos intervalos ou anúncios desnecessários (algo que vemos regularmente nas marcas gigantes), com comunicações claras e objetivas e um visual que me agradou bastante.
Porém, mais do que elogios ao modelo em si, torna-se necessário passarmos ao conteúdo para desmistificar aquilo que vimos e o que queríamos ter visto!
The Artful Escape – Um bonito CD
A abertura foi feita com um título já anunciado e com gameplay igualmente revelada. A música é o tema central deste jogo, aliado à história, através da grande predominância das interações entre personagens. De uma forma diferente, e com um estilo de arte mais característico, assemelho-o ao Ori and the Will of the Wisps, não só pela jogabilidade fluida e num espaço fantástico, mas também atendendo ao lado mágico que se interliga com os temas musicais.
Desta feita, foi anunciado para dia 9 de setembro deste ano, a chegar à Steam e, nas consolas, à Xbox. Vale dizer que o facto de ir marcar presença no catálogo do Game Pass poderá sem um fator de sucesso, como em muitos outros indies, para um jogo cujo trailer não deixa grandes dúvidas que gerará curiosidade nos jogadores!
A Memoir Blue – Memórias Life Is Strange
A Memoir Blue chega-nos sem data, mas com uma criatividade e inspiração de invejar. Confesso que mesmo o visual diferente, não me consegue afastar os pensamentos de Life Is Strange. Espero, MESMO, que este jogo seja desenvolvido com toda a atenção e carinho, porque as referências quer ao jogo da Square Enix quer, e confesso que não resisto a esta comparação, ao filme Soul da Disney, fazem-me acreditar que estamos perante mais uma obra de sucesso.
As memórias e a imaginação prometem ser uma conjugação peculiar, mas interessante. E a introdução do mágico e de noções temporais enleadas, vêm adensar toda esta minha curiosidade para perceber o que nos trará este título. Com visuais bonitos e diversificados a juntarem-se à “festa”, o jogo chegará, mais uma vez, ao Game Pass, para além das plataformas PlayStation e Switch.
Storyteller – O nosso livro
Devo dizer que Storyteller me deixou repleto de curiosidade. Tanta curiosidade que, na preparação para este artigo, fui jogar a demo já disponível na Steam, para avaliar as sensações que o jogo me transmite.
Aquando da apresentação, percebemos que o conceito é bastante criativo. O jogador terá a oportunidade de criar a sua própria história, assente nas suas próprias decisões. O título tem uma vertente quase de puzzle e chega para um público muito restrito e mais virado para a única consola onde irá, realmente, ser lançado: a Nintendo Switch.
Depois de jogar a demo, não fiquei com impressões assim tão distintas. Apenas me apercebi de duas coisas: que tenho de melhorar o meu inglês e que não sou muito casamenteiro… Os níveis vão progredindo e a nossa imaginação manda. Isto porque, dentro dos objetivos que nos são propostos existem, por vezes, várias soluções. E nós temos que jogar com várias personagens, encaixando-as de forma a fazer um final feliz (ou triste, visto que muitas decisões dependem de nós)!
Solar Ash – Bound, mas diferente
Solar Ash, a par de Stray, foi um daqueles títulos que as conferências da PlayStation impulsionaram. Aliás, sabe-se agora que o Bound melhorado (e esta é uma comparação um pouco provocadora, no sentido da brincadeira, da minha parte, assemelhando-o ao visual do jogo da Santa Monica Studio) sairá apenas para a Epic Games Store e PlayStation. Este pormenor faz-me recear a popularidade (ou falta dela) que o jogo poderá ter, pois estamos habituados a ver alguns fracassos de indies na PlayStation. Seria certamente (atiro para o ar) uma excelente opção lançá-lo diretamente para o Plus ou para o Now.
Agora a sério, e com foco no jogo: parece-me muito bom! Mesmo, fiquei com sensações incríveis quando vi o trailer e pareceu-me tão fluido e cheio de ação como um The Pathless, desta mesma Annapurna. A banda sonora soa maravilhosa e as cores e visuais são arrojados para, no todo, eu já ter sido conquistado!
Stray – O gato revelou-se
Stray era a gameplay mais esperada nesta conferência. Basta olhar às visualizações dos vídeos no canal de YouTube da Annapurna relativos a este showcase, em que o “jogo do gato” lidera com 199 mil contra 17 mil de Solar Ash, por exemplo.
Verdade é que, com a impulsão do ecossistema PlayStation, o jogo tornou-se bastante conhecido e intrigou muita gente. O que muitos esperavam aconteceu: vamos jogar com um gato! Recheado de visuais fantásticos e envolto num ambiente futurista, esta ideia original poderá colocar interrogações do género “Como é que me vou deslocar num mapa com um gato? Irei sentir um enorme impacto na transição de 2 para 4 patas?”. Bem, não tendo jogado o jogo, parece-me que a equipa responsável pelo projeto trabalhou bem para colmatar estas dificuldades. Desde usar as habilidades e instintos do animal para resolver puzzles até ser embalado por um carrinho, a habituação pode ser custosa, mas parece-me que se revelará muito eficaz!
Resta-me dizer que estou ansiosíssimo para jogar este título que chegará bem cedo no ano de 2022 e que (voltando a bater na mesma tecla) assentava que nem uma luva num serviço de subscrição da PlayStation. Please!
Outer Wilds: Echoes of the Eye
A expansão (única que irá sair) para Outer Wilds chegará no dia 28 de setembro de 2021 e foi uma das surpresas mais requisitadas pelos fãs (na sua grande maioria cumpridas pela marca). Se temos grandes informações, não me parece… Somos brindados (apenas) com uma parte do sistema solar, depreendendo que teremos novos sítios para explorar, enquadrados na narrativa já existente. Para um conteúdo que está tão perto da data de lançamento parece-me que ainda mostrou pouco, mas fica confirmada a sua aparição!
E, desta forma, a Annapurna apresentou-nos alguns novos jogos de qualidade para variados estilos de jogadores, bem como anúncios de expansões das franquias já existentes e atualizações daqueles que já não tínhamos novidade há um tempo. Aguardemos por mais, no futuro, porque a primeira conferência do género da marca venceu e convenceu!